quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Escuridão



Tardam em mim as vielas iluminadas, 
onde permanecem silêncios adormecidos
nos sonhos da noite.

Nenhuma lua se quer amante do vento
a soprar resquícios de outros tempos.
ou de outras horas.

Que desconforto!

Escondo entre as mãos o rosto enfadado
enquanto trauteio uma escala de dó, e 
espero que a pele se insinue 
aos dedos.

Que desilusão!

Nem um vislumbre!

E o verso morre só, 
desiludido, 
calcinado pelo atrito da mente,
na escuridão 
que se anuncia 
sempre 

que o olhar se desfaz...


(eu)

Imagem-Ida Budetta

13 comentários:

  1. [é uma sinfonia, o tambor no coração e os olhos úmidos]


    lindo (como sempre) teu poema e imagem.

    abç

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  2. O poeta gosta dos silêncios adormecidos, para erguer os castelos da sua ilusão. Os versos morrem sós, como a espuma que bate e se desfaz. Fim do sonho.

    Beijinho
    (o teu avatar não aparece nos seguidores Cristina, não sei o que aconteceu)

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  3. This is a wonderful post Cristina........ compliments.

    Beijos, Joop

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  4. Que a lua,
    amante do sol,
    o instigue a sair à rua

    Para renascimento do verso

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  5. Das mãos que escondem o rosto, vazam os versos belos e encantados.
    Lindo trabalho Cristina.
    Meu terno abraço amiga.
    Um bom fim de semana.
    Bjo

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  6. Nem sempre a luz nos chega para nos mostrar o caminho das palavras.
    Ainda assim, o poema é excelente.
    Cristina, minha amiga, tenha um bom fim de semana.
    Beijo.

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  7. Este teu olhar luminoso inscreve o verso e o anteverso no espaço infinito de significados...

    Mais um magnifico poema teu que profundamente toca o meu olhar,num registro de emoção.

    Grata, Cristina!

    Beijinho.

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  8. Minha querida

    Por vezes o olhar apenas vê uma imagem nublada daquilo que queríamos ver.
    Como sempre é uma emoção ler-te.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  9. cansado morre o verso
    esvaziado no sonho

    (que nem sempre é o que queremos vislumbrar)

    magnifico poema!

    beijo

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  10. Olá, querida Cristina!

    É um poema que não mete DÓ, mete sim, toda as notas da pauta musical.

    EU LEIO-O, EM SOL, POR EXEMPLO.

    Este desconforto, esta desilusão, acompanhados de "Escuridão", este estado anímico, é próprio de quem é poeta. Eles/as, e a Cristina, como é poetisa, sente-os, mais que ninguém. Deixa transparecer no que escreve, momentos em que queria vielas bem iluminadas, tal como luas que lhe "cantassem" melodias diferentes e harmoniosas, a cada noite. Na realidade, assim não é, e o olhar, morre em DÓ, mas o sol nasce, todos os dias, minha amiga!

    Boa semana.

    Beijinhos da Luz.

    PS: quanto ao facto de eu ter dois blogues, e isso a "baralhar" um pouco, impõe-se a seguinte pergunta: não recebe as atualizações dos meus blogues? Eu recebo, sempre as suas.
    Como tenho muitos comentários, em geral, uma das regras do Blogger (sistema) é contar o número de comentários e o número de carateres que a publicação recebe. Ora, eu tenho comentários, mais ou menos extensos, e portanto o Blogger, segundo depreendo, quer que escrevamos pouco, tipo: lindo, amei, ou transcreva, um pequeno excerto do texto/poema, e está feito o comentário. Ora, esse senhor" vem mal para as minhas bandas, porque eu não sei ser assim, aliás, NÃO QUERO!

    Fez ontem uma semana, fiz duas publicações sobre a morte de Eusébio, que estiveram em "cartaz", nos meus dois blogues, oito dias, precisamente, e que tiveram um número mediano de comentários. Aí, o Blogger não se "meteu". Todavia, quando ultrapassa os 150 comentários, e se o número de carateres equivaler a mais de 200, as pessoas bem podem deixar comentários, que passados alguns minutos, poucos, eles desaparecem. Não sabia desta? Pois é verdade!

    Eu, e por questões profissionais, não consigo ter dois blogues ativos, em simultâneo, e agradecendo, naturalmente, a quem me visita, portanto, quando publico num, já o Blogger não permite mais comentários no outro, portanto, eu encerro, a opção comentários, porque as pessoas pensam que estão a deixar comentários, porque os escrevem, mas eles ficam lá, como já lhe disse, por escassos minutos.

    Os meus poemas esgotam-se muito facilmente, apesar de serem muito longos, e há pessoas que os comentam, duas/ três vezes. Então, aí, é pior a "emenda que o soneto".

    A princípio, tudo isto me pareceu ridículo e confuso, mas são as regras, e eu tenho de "aceitá-las", até porque cortam "o pio" aos comentadores e a mim, que tive de deixar de agradecer nos meus blogues, portanto, fazia duas vezes, a mesma coisa, para além de agradecer nos blogues de quem me comentava (por isso, é que dois dedos da minha mão direita estão a querer entortar-se). E não falando da minha profissão, onde escrevo, que me desunho, porque eu não tenho, nunca tive, poder de síntese.

    Beijinhos.

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  11. Querida amiga
    Mais uma linda semana recomeçou
    Mais uma vez o sol brilhou
    Para nos abraçar com sua cor
    Sobre cada flor
    Fazendo com que tudo fique mais belo e colorido.
    Trazendo a alegria para viver a nossa vida com mais serenidade e alegria.
    Desejo a você minha paz e alegria para seu coração.
    Abraço amigo
    Maria Alice

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  12. [que outros poetas deixam seus versos morrerem na escrita. Há quem passe e se encante!]

    Pele arrepiada...
    Beijos!

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