Faça-se silêncio!
o ruído é-me nefasto ao gesto
Na permanência da velha árvore
debruçada sobre a janela do meu quarto,
hoje trago-te a inconfidência das rosas
e uma asa de anjo ,
como testemunho incontestável
da finitude do voo.
todas as pombas que circundam o céu
se vestiram de branco
e os homens abriram a boca de espanto
à inviolável luz de esperança
que atravessa todas as impermanências.
É assim que eu me sinto
irremediavelmente exausta.inconformada .
Nenhuma lua poderá transformar silêncios
onde estes olhos cegos se entregam
ao vislumbre de breves loucuras.
Um dia todos os poetas estarão mortos
e a mudez das almas
será caricia apenas no coração das aves.
(eu)
Imagem- Lauri Blank