Não é a primeira vez que me perco
No desespero de não te encontrar.
Não é a primeira vez que te procuro,
Desesperadamente,
Como se o mundo fosse acabar.
Não é a primeira vez que sofro,
Desalmadamente,
Por ti, sem que te consiga segurar.
Insisto, tateio, procuro as palavras doces
(E)ternas com que gosto de te escrever.
Desenho-as no meu pensamento.
Depois, agitam-se, precipitam-se, fogem de mim,
Deixando-me implacavelmente vazia e fria.
Sinto-me esmorecer...
Insensível, sem voz, desnudada,
Pergunto-me: porque me sinto eu assim?
Porque continuo nesta ausência prolongada de mim,
Se em outros lugares
Há quem fale o que eu tenho para dizer,
Há quem escreva o que eu queria escrever.
Ai como dói, quando o verbo se contrai
Na palavra que morre com desejo de viver!
(eu)
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