O Sangue escorre
Da carne aberta
Nas veias corre o medo,
O medo degredado do degredo.
E a alma deserta alimenta-se
Do fluxo que escorre da carne aberta.
E é o medo que lhe sacia a sede.
E tudo é sangue e tudo é medo
E tudo é deserto sedento onde a vida flui
No desamor de uma humanidade desumanizada
Com sabor a sangue.
E nos corpos tombados, quase desfalecidos
Pousam silenciosamente urubus e condores
Ansiosos, ciosos, pelo cheiro a carne quente,
Sugam-lhes a alma, sugam-lhes o suco,
Levam-lhes a esperança.
E no chão...no chão...
Fica apenas o medo
E a coragem,
Com que os corpos se deixaram abater.
(eu)
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