domingo, 10 de fevereiro de 2019

Menina da Minha Alma




Desde o tempo em que as anémonas floriam

e os arco-íris se escondiam de mim

em águas profundas

boicotando-me o olhar,

deixei-te  sentada num banco de quintal

naquele poial de pedra parda ,

onde dia a dia crescia a tua inocência.



Pensei que te perdera nas estações da vida

e recreei-te alegre

na tristeza que te conhecia no coração,

menina da minha alma,

sentada nesse banco de pedra fria

onde os sonhos te foram negados

e a esperança mascarada por vãs tempestades.



Sobreviveste a todas as intempéries

e afirmaste-te inteira sobre saltos de mulher.

Na inocência em que permaneceste,

floriste em rosa, em jasmim, em duas camélias.

Sorrindo criaste o teu jardim, e dele continuas cuidando

como no conto de Voltaire.





(eu)