Sei que um novo sol virá iluminar a terra,
e nela hão-de crescer árvores da vida.
Pingos de sangue espalharei por toda a parte
para que nunca te percas de mim.
Se um dia eu vier a sobrar-te
nenhuma estrela sobreviverá a tal sorte,
nebulosas se estenderão por toda a parte,
e a cidade será apenas um mausoléu
onde sucumbirei de eterna saudade.
Quero que saibas,
que há em mim a certeza de novas árvores
de novos céus, de novas lembranças.
Tudo será renovado
com o abrir e o fechar dos olhos,
em transformações que não terão fim.
Sei também que terei de esperar
por aqueles que vieram antes de mim.
mas depois...
depois, poderei unir mundos
resgatar estrelas,
e morrer até te (re)encontrar.
Se um dia tu vieres a sobrar-me
não deixes que me perca de ti.
Limpa do rosto as lágrimas de saudade
procura-me entre sóis, ou luas empoeiradas,
em águas planetárias ou rios submersos.
E não te esqueças que o segredo do Universo
está na força da gravidade.
E no amor que me impulsiona os versos.
Música que me inspirou o poema
Imagem- Lauri Blank