Abandono-me na exaustão
Desta minha necessidade
De prolongar o finito.
Insisto e persisto em deixar escorregar
Por entre estes dedos ignóbeis,
A ousadia dos nossos desvarios,
Como se a alguém interessasse,
A cor com que pinto o nosso amor,
Sempre que me despertenço entregue a ti
No dominio desta dança arrebatadora
Onde demoradamente espero
Esse teu corpo tão docemente entregue
Na voz de todo o Poema.
(eu)
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