domingo, 10 de fevereiro de 2019

Menina da Minha Alma




Desde o tempo em que as anémonas floriam

e os arco-íris se escondiam de mim

em águas profundas

boicotando-me o olhar,

deixei-te  sentada num banco de quintal

naquele poial de pedra parda ,

onde dia a dia crescia a tua inocência.



Pensei que te perdera nas estações da vida

e recreei-te alegre

na tristeza que te conhecia no coração,

menina da minha alma,

sentada nesse banco de pedra fria

onde os sonhos te foram negados

e a esperança mascarada por vãs tempestades.



Sobreviveste a todas as intempéries

e afirmaste-te inteira sobre saltos de mulher.

Na inocência em que permaneceste,

floriste em rosa, em jasmim, em duas camélias.

Sorrindo criaste o teu jardim, e dele continuas cuidando

como no conto de Voltaire.





(eu)


9 comentários:

  1. Esperava
    sentado
    nesse mesmo poial de pedra parda
    temendo que tivesses abandonado o teu jardim

    Pensei que te perderas nas estações da vida
    mas tal não aconteceu

    é bom rever-te
    reler-te



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  2. A menina permanece em toda a sua inocência para lhe contar a sua própria vida, Cristina…
    Uma boa semana, minha Amiga.
    Um beijo.

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  3. "Faz tempo que não te vejo/ ai que saudade de ti".
    Olá, Cristina, quanto tempo faz que não leio teus poemas, invejáveis poemas!
    O que se pode dizer mais do que o já disse a amiga Graça?
    Esta porta sempre aberta pelo carácter proteico da poesia.
    Um prazer reler-te!
    Forte abraço,

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  4. Fenomenal amiga! É preciso resistir com a essência, beijos

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  5. Oi, Cristina, vi você no amigo José Carlos, que bom, vim correndo!! E já li uma bela poesia.
    Tudo bem com você? Salvei seu belo blog, que bom, a gente se perde, mas depois se reencontra...
    Beijo, amiga!

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  6. é bom saber-te de volta
    e ver amigos por aqui

    e matar saudades de reler teus belos poemas poemas

    beijo

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  7. Poema suave feito som de chuva a balancear na vidraça dos andares.
    Abraços e poemas

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  8. Oi Cristina, que bom te encontrar pelas leituras de blog e vir deliciar desta
    maravilhosas poesia da menina que criaste superando todas as estações e bem sei,
    que esta menina é aquela da infância, que vem e te dá a mão em momento de aflição,
    de silêncio profundo.
    Uma maravilha de construção amiga.
    Saudades de estar aqui depois que deste uma pausa.
    Amei vir e ler.
    Semana linda para ti.
    Abraços com carinho poetisa de raridades.

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  9. As esperas são longas... mas valem a pena!
    Muito bom.
    Muitos parabéns!

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