domingo, 8 de janeiro de 2017

Regresso




Quisera eu apunhalar o verbo,
desfazer-me das palavras
e da volúpia de ser pássaro,
calando este coração que me é servo.

Colar à tua pele molhada 
o caos  do meu peito
e sufocar-me em sonhos 
turvos e desabitados
nas noites que morro
em labirintos fechados 
para renascer na luz extremada
dos sóis que nascem 
em cada madrugada.

Vertiginosas  são estas  asas 
que me amparam o voo
sempre que a alma se debruça

em terra molhada...



(eu)



Imagem- Laurence Winram

9 comentários:

  1. "Vertiginosas são estas asas que me amparam o voo sempre que a alma se debruça em terra molhada..."
    Fantástico poema, Cristina!
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  2. Descobri o teu espaço, através do blog da Graça, que tem gentileza de comentar meus textos
    e me concede o privilégio de ser minha amiga.

    gostei verdadeiramente da tua poesia
    por isso, se me é permitido, passarei a frequentar este espaço.

    abraço

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  3. Querida Cristina,

    Primeiro, feliz pela tua volta e o privilégio da tua visita e amizade genuína.
    Agora, o poema: Muita saudade da tua expressividade poética sofisticada e
    inspirada; uma conjunção rara numa Poesia. E a tua vai além, pois tem o voo
    feminino delicado no sentir e dizer sensual e melódico, o encanto de um
    coração comprometido pelo amor, pousar na liberdade deste encanto que fertiliza!...
    Simplesmente magnífico, Poeta!!
    Beijinhos.

    Ps: Respondi no meu espaço o teu comentário tocante, grata!

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  4. Simplesmente belo e onde me revejo em tanta coisa.....
    Também estive parada uns meses. Por vezes a inspiração em absoluto se esvai na poeira do tempo.
    A vida é de uma complexidade estranha e por vezes incompreensível.
    Bom resto de semana. É sempre muito bom ler-te

    Com amizade

    Bjgrande do Lago

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  5. Há quanto tempo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!, Cristina!

    Mto obrigada pela visita, pelo regresso e pelo poema, que acho, fantástico, mas k não sei interpretar, comentar.

    BOM ANO PARA A CRISTINA E FAMÍLIA!

    Beijinhos.

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  6. Vertiginosa a sua poesia, Cristina.
    Posso fazer meu o comentário de Manuel?
    Graças a Graça e ao Manuel pude conhecer este espaço.
    Um abraço,

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  7. Regressaste na vertigem do voo e em sóis de madrugar.
    Já tinha muitas saudades de mergulhar, de novo, na tua arte poética.

    beijinhos.

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  8. Oi Cristina!
    Ler suas belas poesias é muito inspirador!
    Fico feliz "te revendo"!
    Que tenhas um ano maravilhoso!
    Beijo carinhoso!

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  9. Olá, Cristina: como, desde há uns tempos, utilizo mais o TM para aproveitar os bocadinhos, não dei conta do teu regresso (e que ótimo regresso); agora, abrindo o pc, na lista de leitura, vi a notificação de uma postagem. Talvez nem sempre comente, mas ler-te-ei; não podia privar o intelecto do prazer das tuas palavras.
    Bjo

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