domingo, 15 de setembro de 2013

Divagações em Noites de Insónia



Renasci intacta no meio de um jardim florido, ao som do silêncio, onde os poetas dormem.
O meu corpo era pó reluzente, reflectindo o sol em raios ofuscantes de luz intensa.
Habitava corolas perfumadas, onde a vida era abundante em serenidade. E o orvalho era tudo quanto me bastava para me sentir lavada e purificada.
Nada perturbava a imensa harmonia que o meu corpo praticamente etéreo, sentia.
Era assim que eu gostava de ser. Foi assim que eu uma vez fui - alegre como quem se sente a regressar a casa. Mas já não sou.

Foi apenas um sonho. E agora a insónia impede-me de voltar a sonhar...

(eu)

                                                             

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Sei que te canso, nesta minha inquietude de devorar a vida, como se apenas me restasse um último segundo.
Mas tudo aconteceu tão depressa, que o tempo escasseia no contar dos dias e dos anos.

Os pensamentos mais profundos, surgem-me em metáforas que nem sempre consegues decifrar. E eu não sei expressar-me de outra forma. É esta a linguagem da minha alma, aquela que o meu coração aprova, em partilha com o mundo e com aqueles que amo. E com aquele que amo.Tu!

Da vida, apenas queria sentar-me a teu lado a olhar o céu. Sentir o brilho das estrelas, ver crescer o universo que juntos construímos e sentir a doçura dos dias azuis. Continuar a escrever o nosso Poema, aquele em que misturamos o sangue, a carne e os aromas da nossa pele. E que tu gostasses.

Queria tanto que os nossos olhares se misturassem no mesmo Sol! 

(eu)

Imagens- Olga Domanova


8 comentários:

  1. Divino Cristina.... simplesmente divino. Bjus querida.

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  2. Os sonhos são raros raios de luz que penetram a insônia...

    bjos

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  3. Olá, querida Cristina!

    Aqui, nada é vago, nem por acaso.

    Acredito nas reflexões, nas divagações, sobretudo das da noite, sem ou com insónias, que a nossa mente, tece. Acredito, piamente!

    É tão intimista e agradável aos sentidos, tudo o que escreve. PARABÉNS!

    Gostei muito dos seus dois textos, mas o segundo, levou-me o olhar e o coração. "Não se faz" Cristina, isso, "não se faz".

    AMAR SOB A MESMA COR, SOB O MESMO SOL E TER NA BOCA O MESMO SABOR, SÃO DAQUELAS COISAS A QUE NÃO SEI DAR NOME. Também para que interessa o nome, em situações tão nossas, tão sublimes?

    Obrigada pela sua visita e comentário, que se integra, perfeitamente, na voluptuosidade do meu poema.

    É SEMPRE BEM VINDA!

    Estou a olhar, para a lateral direita do seu blogue, e acho que está giríssima, leve, graciosa e com um certo look na foto do facebook, que não tenho, por opção.

    Uma agradável semana.

    Beijos da Luz, com muito apreço.

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  4. Cristina,

    Como sempre, esqueço-me de referir a grandeza das imagens que, aqui, coloca.

    A primeira, "assusta", mas é opulenta. A segunda é igual àquilo que escreveu, no texto que lhe corresponde.

    Beijos da Luz.

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  5. Querida Cristina,

    Lindo demais! Acredito que nossos sonhos são verdadeiramente viagens para o que somos,
    para o que fomos e para o que virá depois!
    Somos uma pequena parte de um todo, espalhado pelo universo!
    Tenha uma linda semana!
    Beijos!


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  6. O sonho transporta-nos para outras dimensões... faz-nos viajar através do infinito...
    bjs
    anacosta

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  7. este texto tocou-me de maneira profunda, pois assim o li.
    as imagens são muito boas, e ficaram muito bem com o texto.
    obrigada pela partilha.
    uma boa semana.
    um beijo

    :)

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