sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Somente Sete



Eram sete sóis, 
eram sete luas e sete mares.

Pelos sóis fui ignorada 
pelas luas desamparada
e pelos mares devorada.

Fui alimento p´rá flor dos lábios
ambrósia servida em ceia sagrada.

Tornei-me estátua em pedra dura
indiferente aos clamores das bocas 
sufragadas p´la minha loucura.

Por sete ventos fui arrastada,
morri nesse mar em que naufraguei
sem que essa morte onde me afoguei,
fosse sentida ou lamentada.

Foram sete dias de tortura...
o tempo mínimo necessário
a um corpo 
para se livrar do cheiro da agrura.

E depois....
depois, lavada em lágrimas de mar,
foram sete os golpes lancinantes 
que pela acção lasciva do corpo
não chegaram a sangrar.

(eu)

1 comentário:

  1. Sete vezes parabens pela construção/inspiração.
    O sete tem magia, que sua poesia explorou com
    arte e sabedoria.E assim tranca-se a sete chaves todo sentimento no coração.
    Linda inspiração.
    Abraços.

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