sábado, 13 de outubro de 2012

Segredos Guardados



Há sempre um tempo qualquer
em que as palavras me fuzilam a alma
e assim caio em mares de água virgem
onde as conchas os búzios e as quilhas
do recuo das marés, me beijam os pés
e me elevam nas vagas dessas águas 
Em que meu sangue se dilui adormecido.

Sigo no segredo dos mares
qual gigante cantado por Camões
consumo-me nas águas límpidas das canções
de ninfas desabrochando em botões de rosa.

Filhas de Zeus nesses mares secretos
ondulam-me o peito em cantares de amor
Soam ecos de palavras consumidas na boca
sem saber se este calor que de mim brota
é poesia ou poema escrito nos desertos
Desta alma que se desalma como louca.

Agarro-a sem saber se me pertence
não quero perder a alma antes de morrer
nem sequer deixar palavras por escrever
mesmo fuzilada em mares de amores.

(eu)

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