Sobram-me os sonhos
Insuportavelmente guardados
Do tempo em que as estrelas
Se acendiam no céu
Em cada beijo que me davas.
Mariposas circundavam nosso amor
Em asas coloridas e perfumadas com o odor
Dos nossos corpos mergulhados
E enraizados em terra acabada de regar.
Néscios desejos percorriam-nos a pele
Meticulosamente ajustada e livre,
Tão livre que se cobria liquefeita
Da substância incolor transbordante
Dos poros que se inflamavam.
E por aí adiante, caminhando
Em indelével paixão
Segurávamos nas mãos
O Lúmen das estrelas
E ousávamos desafiar a eternidade
O Amor será sempre inefável!
(eu)
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