quarta-feira, 20 de junho de 2012

Despertando



Sou levada a pensar:
Como tudo é tão pouco!
Como tudo é tão vago e irrisório:
O corpo, a pele, os odores 
E até os amores.
Tudo é apenas uma questão de escala.

Olho para o Universo
Viro-o do avesso 
E que vejo eu?
Uma visão ampliada e deformada 
De uma sinápse entre dois neurónios.
Será isto o ciclo evolutivo da vida humana
Direccionado à perfeição?

Já exausto meu pensamento
Faz-me sentir em tormento 
O imaginar a perfeição 
Filha da imperfeição.
Não!
Só mesmo o amor 
Possui essa força evolutiva
Reequilibradora da união mística
E da docilidade 
De dois corpos adormecidos
Flutuando nas águas de um rio.

E assim tomo consciência de mim!

(eu)

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