Do ponto mais alto da minha essência
Olho pr'a fragilidade da minha existência
E recuso-me a aceitar que a solidão
É a forma mais nobre de enlouquecer.
Tento ainda dissuadir da ilusão
Estas mãos frágeis que tentam
Agarrar de uma só vez o voo das aves
Fazendo alusão a poemas por escrever.
Então, envolvo-me no sonho,
Dissecando todos os aromas da vida,
Absorvendo o perfume das flores
E segurando em cada mão os frutos
Dissertados de um ventre qualquer
Em sonhos de mulher grávida
Dos ventos que assolam as dunas
Sempre que o mar entra por terra adentro.
Aí sim, eu quero enlouquecer!
(eu)
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