Hoje, não me apetece
ouvir a voz do teu silêncio.
Deixa que só hoje, apenas hoje,
eu seja dona de todas as palavras
e possa erguer o verbo em minhas mãos.
Pouco importa que não consintas
a interrupção dos sons que sufocas,
sempre que nas oscilações da nossa pele
me interrompes o poema com ruídos de fundo.
Desalinhas-me os versos
e, impensadamente quebras a lucidez
com que me propunha continuar o sonho.
Permite-me apenas hoje
algumas horas de descrédito,
nem sempre as águas correm
ao sabor dos ventos.
Hoje, apenas hoje,
quero as letras só para mim.
Talvez amanhã,
possamos acabar o poema
a quatro mãos.
Abraço-te meu amor...
(eu)
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