Talvez até
eu ainda não saiba
porque cada poema
ao sair-me dos dedos
revela-me uma vitória
sobre a vida.
Há uma janela que se abre
ao meu pensamento,
donde plagio estrofes inteiras
descobertas pelos véus com que
outrora tapei as minhas dores.
Talvez até
eu ainda não consiga
ler este livro que teima
abrir-se aos meus olhos,
cansados de tantas viagens
que me sobraram
na amargura do sonho.
talvez até
eu me arrepie
cada vez que pressinto meu corpo
repousando em sombra alheia.
e o meu ventre abrindo-se
ao estrondo de um trovão.
Para quê decifrar enigmas?
Nem todos os frios gélidos vêm do norte,
nem há força de mãos,
capaz ...de rasgar a morte.
(eu)
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