Queria eu não mais voltar a falar de amor
Queria eu voar noutro universo
Em que só sentisse o aroma das flores
E em que os pássaros nascessem
Dos ventres inchados das estrelas.
Queria eu que as águas desses ventres
Rebentassem sobre as folhagens
Corcovadas e violadas de orvalho
Nas manhãs em que o sol se recusa a nascer.
Sentindo apenas o odor da terra molhada
Endeusada em mim nas manhãs em
Que me frutifiquei, sobre um leito de rosas.
E porque tudo o que é desejado é cumprido,
Dentro da tua boca consigo sentir o sabor das estrelas.
E na pele dos teus lábios, envolvo o meu corpo
Nesse céu inventado por mim.
Assim o sol nasce em cada manhã no meu peito,
Ainda quente do dia anterior.
Para quê falar de amor,
Se afinal é do ventre das estrelas
Que tudo é parido sem dor.
(eu)
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