Pesa-me o corpo,
Pesam-me as pálpebras
Já cansadas duma quietude tumultuosa
E do silêncio que me persegue
Sem conseguir encontrar um enigma
Ou tão somente um fonema
Donde surgirá o meu último poema
Arrefeceu-me a alma
E os sonhos que me restam
Nem sempre são suficientes
Nem sempre são eficazes para darem
Expressão à palavra escrita
Sobejam-me tantos sentimentos!
Sobejam-me olhos,sobejam-me dedos
Tudo me sobeja...
Excepto os dias em que o sol me acariciava as mãos
Em que as estrelas me visitavam
E dentro de mim crescia luz
Como um filho amadurecendo no ventre materno.
Tive o universo inteiro em minhas mãos
Quiseram os deuses entregar-me os enigmas
Mais indecifráveis de toda a existência humana
Pus à prova o meu raciocínio lógico
Esquecendo as teorias quânticas imperceptíveis
Aos olhos mais sábios e experientes.
Senti crescerem-me no ventre
As rosas que me foram prometidas
No dia em que me fragmentei em pedaços
Da minha própria existência.
Nelas depositei a esperança dos meus dias
Delas fiz o orgulho dos meus olhos
E desenhei um jardim onde as estrelas desciam
Nas noites em que dançavam só para mim.
E depois em espirais de luz regressavam
E nas minhas mãos deixavam toda a poesia do universo.
Utópico ou não, o poema nascia
E o sonho crescia dentro de mim.
Ainda não sei porque razão
As estrelas se apagaram...
(eu)
Delicioso de se ler!!!
ResponderEliminarObrigada princesa! beijinhos.
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