segunda-feira, 30 de abril de 2012

Meu Amor!



Docemente, muito docemente...
Sinto-me fustigada pelo teu olhar.
Sorris-me maldosamente
E eu...inocentemente,
Penduro-me no teu sorriso
E deixo-me baloiçar.
Nada pedes, nada queres, Nada exiges...

Olho-te nos olhos, 
Atravesso-te com o meu olhar selvático
E maliciosamente vejo o outro lado de ti.
Esse com que me sentes e desejas,
Esse com que me beijas o pensamento,
E tudo pedes, e tudo queres, e tudo exiges.
E sem pedires licença, 
Entras no meu sonho em matéria viva,
Onde a paixão nos explode os corpos.

E na solidão imperdoável da tua ausência
Consentida por mim no sonho,  
Nesse lugar, faço-te meu!
Só meu!
Para sempre meu!
Meu Amor! 

(eu)

domingo, 29 de abril de 2012

Quando a Palavra Morre



Não é a primeira vez que me perco 
No desespero de não te encontrar.
Não é a primeira vez que te procuro, 
Desesperadamente, 
Como se o mundo fosse acabar.
Não é a primeira vez que sofro, 
Desalmadamente,
Por ti, sem que te consiga segurar.

Insisto, tateio, procuro as palavras doces
(E)ternas com que gosto de te escrever.
Desenho-as no meu pensamento.
Depois, agitam-se, precipitam-se, fogem de mim,
Deixando-me implacavelmente vazia e fria.
Sinto-me esmorecer... 

Insensível, sem voz, desnudada,
Pergunto-me: porque me sinto eu assim?
Porque continuo nesta ausência prolongada de mim,
Se em outros lugares 
Há quem fale o que eu tenho para dizer,
Há quem escreva o que eu queria escrever.

Ai como dói, quando o verbo se contrai
Na palavra que morre com desejo de viver!

(eu)

sábado, 28 de abril de 2012

Ecos



São apenas sussuros,
Ecos distantes do meu pensamento.
Saem-me da alma sem pedirem licença
E lentamente...muito lentamente,
Vão-se alojando na minha mente.

Pudesse eu escrever-te, Poema,
Com este fogo que trago nos dedos
E transformar estes ecos que sinto
Em palavras soltas sopradas em verso.

Sinto-me triste e atordoada:
Minh'Alma secou, já nem de amor fala!

Vejo as palavras pairarem no ar.
Dançam, bailam em meu redor.
São palavras que não saem da pena,
Desprovidas de qualquer sentimento.
São apenas ecos do meu pensamento...

Pudesse eu escrever-te Poema!


(eu)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Para Ti Amor:



Diz-me:
Porque me chegas sempre
Na imponderabilidade dos sentidos
Segurando em tuas mãos a minha insónia
Só porque me queres acordada nos teus sonhos? 

E como um bálsamo atordoas-me o pensamento
Perdurando no sonho a arte de sublimar o tempo
Enquanto na ressublimação deste meu corpo
Subvertes-me da memória cada instante
Em que em meus braços acolho as rosas
Com que me juras amor eterno.

A ti amor!
Entrego o inverosímil da minha razão
Como testemunho imponderável desta paixão
Com que meus dedos sofregamente te afagam,
Na inquietude d'Alma
Com que habito o teu sonho, atordoada e feliz!


(eu)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Reencontro



É noite.:
Incandesces no escuro do meu quarto
E beijas-me na testa
Enquanto me inundas de luz
Essa luz inicíatica, com que me enches o olhar.
Inscrevo-te na minha pele
E perpendicularmente me elevo do leito
Para te abraçar.

Perdoa-me!
Se muitas vezes te remeto
A um esquecimento definitivo
Que a memória consumiu ao longo dos anos
Afinal, vives em mim e pedes-me que te procure.
Vou ao teu encontro e numa fusão de nós
Ensinas-me: 
Que nada é nosso, nada nos pertence
Tudo nos é emprestado
E o fruto, o fruto só cresce se for alimentado.
Esta é a lei primordial da vida. Dizes!

Deixo-te ir...e observo:

Como o mundo se atropela
No egoísmo do verbo anunciado.

(eu)