Ausento-me de olhos tapados
do lugar de onde
se sentem todas as ausências.
Percorro silenciosamente
o caminho
de onde provêm todos os silêncios.
Imagino a quietude da palavra
que subsiste ao entardecer da voz.
E mesmo assim o meu rosto se reflecte
nas sombras que se anunciam
cobrindo de luto,
os dias que se diziam iguais.
De pálpebras cerradas,
há apenas um pequeno intervalo
entre os lábios
onde não cabem as palavras impossíveis.
Hoje será tarde
e uma noite não é suficiente
para aclamar a voz dos lírios azuis
nascidos nos campos orvalhados de luar.
No entanto
e para espanto do meu corpo
sinto sempre vontade de conceber-te:
POEMA!
... a questão é tanto esta, estimada Cristina - a poesia é, dentro de quem a ama, gestecional e urgentemente vivaz: é-nos essência e vida, alimento e ar que nos respira...
ResponderEliminar«De pálpebras cerradas,
há apenas um pequeno intervalo
entre os lábios
onde não cabem as palavras impossíveis.» sublinho, mas todo o texto é poesia pura.
deixo-lhe um beijo e, aqui , a minha poesia :). lá, como no espaço que já conhece, sinta-se sempre bem vinda.
grata pelo previlégio de a ler,
Mel
Oi amiga Cristina
ResponderEliminarUm poema lindo e bem gostoso de se ler e reler, muita sensibilidade, parabéns
Uma semana tranquila
Abraços,
RioSul
És uma criativa...
ResponderEliminarNa poesia, que é a única coisa que conheço de ti, és excelente.
Continua a conceber assim.
Um beijo, minha querida amiga Cristina.
silêncios repletos de sentimentos.....
ResponderEliminar:)
Não existem dias iguais,quando a palavra preenche a inocência das horas.Vividas...ou desabitadas de presença!!!Mesmo que a quietude da palavra subsista ao entardecer da voz...
ResponderEliminarGrande beijinho de parabéns,por mais esta pérola da sua escrita,querida Cristina...