segunda-feira, 11 de março de 2013

Na Tua Ausência



Ausento-me de olhos tapados
do lugar de onde 
se sentem todas as ausências.

Percorro silenciosamente 
o caminho
de onde provêm todos os silêncios.

Imagino a quietude da palavra 
que subsiste ao entardecer da voz.

E mesmo assim o meu rosto se reflecte
nas sombras que se anunciam
cobrindo de luto, 
os dias que se diziam iguais.

De pálpebras cerradas,
há apenas um pequeno intervalo 
entre os lábios
onde não cabem as palavras impossíveis.

Hoje será tarde
e uma noite não é suficiente
para aclamar a voz dos lírios azuis
nascidos nos campos orvalhados de luar.

No entanto 
e para espanto do meu corpo
sinto sempre vontade de conceber-te:

POEMA! 


(eu)

5 comentários:

  1. ... a questão é tanto esta, estimada Cristina - a poesia é, dentro de quem a ama, gestecional e urgentemente vivaz: é-nos essência e vida,  alimento e ar que nos respira...



     «De pálpebras cerradas,

    há apenas um pequeno intervalo

    entre os lábios

    onde não cabem as palavras impossíveis.» sublinho, mas todo o texto é poesia pura.



    deixo-lhe um beijo e, aqui , a minha poesia :). lá, como no espaço que já conhece, sinta-se sempre bem vinda.



    grata pelo previlégio de a ler,

    Mel

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  2. Oi amiga Cristina
    Um poema lindo e bem gostoso de se ler e reler, muita sensibilidade, parabéns
    Uma semana tranquila

    Abraços,
    RioSul

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  3. És uma criativa...
    Na poesia, que é a única coisa que conheço de ti, és excelente.
    Continua a conceber assim.
    Um beijo, minha querida amiga Cristina.

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  4. Não existem dias iguais,quando a palavra preenche a inocência das horas.Vividas...ou desabitadas de presença!!!Mesmo que a quietude da palavra subsista ao entardecer da voz...

    Grande beijinho de parabéns,por mais esta pérola da sua escrita,querida Cristina...

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