terça-feira, 19 de março de 2013

A Dor da Palavra

                                       daria endressen
                                                                                                            
Dói-me a quietude
dessa indiferença
ao som que as minhas palavras
deixaram de provocar.

Dói-me o silêncio
outrora preenchido por um doce canto
com que muitas vezes amenizei 
sorrisos, confessados incompletos

Dói-me a dor 
com que não te dói esta amargura
de não conseguir fazer do meu corpo
a página do poema que não sei escrever.

Dói-me a ilusão
da palavra esquecida,
sempre que as outras palavras 
lhe atropelaram o sentido
e ela morreu, sem força para sobreviver

Dói-me a alma 
de tanta espera
por aquela madrugada cristalina
em que na alvura de sentimentos sublimes
a palavra renascia diferente.

E era palavra eternamente.

(eu)

1 comentário:

  1. Um poema excepcional. Escreves divinamente.

    Um feliz domingo de Páscoa

    Bjgrande do Lago

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