Dói-me a quietude
dessa indiferença
ao som que as minhas palavras
deixaram de provocar.
Dói-me o silêncio
outrora preenchido por um doce canto
com que muitas vezes amenizei
sorrisos, confessados incompletos
Dói-me a dor
com que não te dói esta amargura
de não conseguir fazer do meu corpo
a página do poema que não sei escrever.
Dói-me a ilusão
da palavra esquecida,
sempre que as outras palavras
lhe atropelaram o sentido
e ela morreu, sem força para sobreviver
Dói-me a alma
de tanta espera
por aquela madrugada cristalina
em que na alvura de sentimentos sublimes
a palavra renascia diferente.
E era palavra eternamente.
Um poema excepcional. Escreves divinamente.
ResponderEliminarUm feliz domingo de Páscoa
Bjgrande do Lago