Adivinho
as lágrimas em que te diluis
sem esperança, sem fé
e sem perdão.
Adivinho
teu corpo curvado no chão
com fome, sem nome
e em tormento.
Ruiu aos pés do desalento
num gesto solitário
que nada mais é
senão:
a voz do teu silêncio
propagado
no infinito da tua dor
inesperadamente imerecido
amordaçado
sem amor.
(eu)
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