Faça-se silêncio!
o ruído é-me nefasto ao gesto
Na permanência da velha árvore
debruçada sobre a janela do meu quarto,
hoje trago-te a inconfidência das rosas
e uma asa de anjo ,
como testemunho incontestável
da finitude do voo.
todas as pombas que circundam o céu
se vestiram de branco
e os homens abriram a boca de espanto
à inviolável luz de esperança
que atravessa todas as impermanências.
É assim que eu me sinto
irremediavelmente exausta.inconformada .
Nenhuma lua poderá transformar silêncios
onde estes olhos cegos se entregam
ao vislumbre de breves loucuras.
Um dia todos os poetas estarão mortos
e a mudez das almas
será caricia apenas no coração das aves.
(eu)
Imagem- Lauri Blank
Poema belíssimo, com a tua grandiosidade expressiva de sempre, querida Cristina!
ResponderEliminarNeste teu imenso poema, me tocou profundamente esta filosofia existencialista
presente, a começar pelo belo título. A vida é um ciclo de impermanências com
um grande significado maior, o aprendizado...
Também associo a simbologia do voo com o ato Poesia, a necessidade de liberdade
expressiva dos poetas, a permanecer nos voos dos pássaros!...
Apreciei imensamente e sempre assim com a tua arte poética.
Feliz páscoa (renovação...) para ti e família!
Beijinhos.
Boa tarde, o hoje é sempre diferente do amanhã, certamente que as pombas vão circundar o seu feliz dia, a exaustão é o caminho para acalmia, lido poema de fácil interpretação.
ResponderEliminarVotos de Páscoa repleta de alegria! Feliz Páscoa!
AG
Um destino, o nosso. Ousar navegar, às vezes voar, mas as fronteiras são cada vez mais definidas. Que fazer? Reinventar a poesia, não há outro caminho.
ResponderEliminarUm beijinho, Cristina :)
Vozes ao alto
ResponderEliminarBjs tantos
Tocou-me a inconfidência das rosas, Cristina, tendo em conta o seu intenso e impermanente brilho.
ResponderEliminarEste poema é mesmo uma carícia no coração das aves. E eu vou tão leve!
Beijinho, amiga, e feliz Páscoa.
Quantas vezes é preciso ser-se imperativo, com todo o corpo, para que nos ouçam, nos vejam e sintam o que sentimos! A advertência pelas palavras dotadas de propriedade (como as do nosso António Vieira) serão sempre a baioneta do poeta, mesmo que o punho já enferma de cansaço. Tens tudo isto, no teu poema. Melhor? Impossível!
ResponderEliminarFeliz Páscoa, Cristina.
Um bjo docinho
(Grata pela tua gentil e bela presença no meu espaço)
Que lindo, Cristina! Faz pensar...
ResponderEliminarUm dia todos os poetas estarão mortos e a mudez das almas será caricia apenas no coração das aves.
Deixo-te meu desejo de uma ótima Páscoa a você e sua família.
Obrigada, sempre, pelo seu carinho.
Beijinhos.
Querida Cristina,
ResponderEliminarNão ouso comentar, pois faltam- me palavras!
Fica em mim a retumbar, o sentido, a poesia!
Lindo demais, querida amiga!
Feliz Páscoa para toda família!
um poema belíssimo onde o desassossego da Poeta se entrelaça com a esperança
ResponderEliminare se um dia os poetas estiverem todos mortos, o que não é provável, porque o Poeta nunca morre
ele existe e existirá sempre na obra que deixa ou deixou
gosto muito da maneira como fazes a construção dos teus trabalhos
sempre muito originais
boa semana.
beijinhos
:)
talvez um dia a poesia desça à rua
ResponderEliminare seja alimento.
e então teu poema será desassossego
no coração dos homens.
no coração dos homens.
belíssimo, gostei muito
beijo
OI CRISTINA!
ResponderEliminarSÓ A MORTE PARA CALAR A POESIA POIS, ELA BROTA DO CORAÇÃO DO POETA.
É TÃO LINDO TEU POEMA QUE POUCO SE PODE DIZER, ELE FALA POR SI SÓ.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Olá, continuação de feliz semana,
ResponderEliminarAG
Apesar da finitude do voo, ou até por isso mesmo, há que ser impertinente de vez em quando.
ResponderEliminarExcelente poema, gostei imenso.
Bom fim de semana, amiga Cristina.
Beijo.
Simplesmente maravilhoso.
ResponderEliminarQue se faça silêncio para ler e sentir a poesia.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
É sempre bom encontrar uma linguagem capaz de reinventar-se criadoramente para revelar o seu desassossego; uma linguagem que nos faz perceber num único sopro as palavras, o ritmo, música, significação para que nela percebamos a poesia.
ResponderEliminarBravo, Cristina!
Beijo,
Enquanto a alma do poeta se inclinar “na permanência da velha árvore debruçada sobre a janela” para onde também se verteu o teu olhar tão prenhe de poesia, acredito que “a mudez das almas será caricia” não apenas no coração das aves, mas em todos os versos que se criarem na contemplação das “pombas que circundam o céu” e que “se vestiram de branco” para reverenciar os versos que seriam criados no olhar atento de uma poetiza...
ResponderEliminarQue poema mais cativante, minha linda! De uma beleza e profundidade que me pousou na alma e fez também divisar a bela imagem das pombas que circundam o céu...
Que te cheguem horas enfeitadas de alegria, de sorrisos, de estrelas, que levem o teu olhar a passear no mundo encantado da poesia para que continues a nos trazer poemas tão prenhes de magia e beleza.
Meu carinho num beijo aconchegado em pétalas de rosas brancas,
Helena
Os poetas são seres que nunca morrem.
ResponderEliminarBelo.
Boa continuação de semana.