Peço perdão
à sindicância das palavras:
Havemos de falar de amor,
e de rios que correm para horizontes longínquos...
havemos de falar das estações, dos ventos , das chuvas,
dos poemas de despedida e das memórias sem retorno.
Havemos de falar de tanta coisa,
no dia em que resolveres desobedecer
a esse silêncio atroz onde te mora o pensamento.
Se houver inutilidade nas minhas palavras,
que se calem os ventos, que se desarrumem os mastros
e eu passarei a viver alheada neste barco de emoções...
Pobres de nós os justos , os tementes a Deus .
O amor é assim mesmo: será sempre código por decifrar
na espuma dos dias, em que numa roda de fogo
se vão apagando os meses e os anos...
Havemos de falar de tanta coisa ...
Quando a minha voz não passar de um eco
na luz da tua memória...
(eu)
Fotografia- Jaroslav Monchak
É estranho que me fales assim, Poeta
ResponderEliminarSinto-te a cada momento
e a decisão de falarmos só depende
do reconhecimento
de que as nossas palavras terão alma dentro
(até aqui, tem tido)
Eco?
Não quero...,
por mais que iluminada esteja a minha memória
Maravilhoso poema
ResponderEliminarBeijinhos
MAria
Vim ler, mas voltarei.
ResponderEliminarBelo!
Bjo, Cristina :)
E voltaste, amiga, em palavras que se fazem eco, calam os ventos e desarrumam mastros.
ResponderEliminarGrata por entrar no teu barco de emoções.
Beijinho e saudades.
Boa tarde, é um poema encantador, cada palavra revela a beleza do sentimento.
ResponderEliminarAG
O que a Alma sente, resulta e escorre numa Poesia bela.
ResponderEliminarBeijo
SOL
Verdade assumida, a sindicância das palavras, e o poema se desdobra numa progressão até o desenlace "quando a minha não passar de um eco..." Bela construção, numa respiração adequada à vivência que o texto constitui.
ResponderEliminarAbraço forte, Cristina!
aproximo-me do poema com certo pudor
ResponderEliminaraqui há de facto poesia que não se pode perturbar
nem ousar seus códigos.
muito belo
beijo
Sim, havemos de falar de tantas coisas! De amor, de esperança, de frustrações, de alegrias e tristezas. Mas havemos de falar! É preciso.
ResponderEliminarBelo poema, amiga, sensível, abrangente, tocante.
Beijo!
Diz tudo o que quiseres. Não te faltarão as palavras para enganar o silêncio...
ResponderEliminarExcelente poema, Cristina!
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Cristina, entrei apenas o tempo de te deixar um beijo numa pétala de rosa branca, a dizer que muito gostei da tua visita ao meu refúgio. Muito obrigada!
ResponderEliminarPor ora, apenas uma alô, pois quando aqui voltar quero percorrer muitos dos “cômodos da tua casa”, pois só de olhar a “sala”, apeteceu-me uma visita mais alongada.
Que tenhas um final de semana inundado de alegrias,
Helena
Querida Cristina!
ResponderEliminarObrigado pelo carinho!
Sua poesia é sempre linda, doce e profundamente sabia!
Beijos e felicidades para você!
e por vezes quando elas (as palavras) não te obedeceram
ResponderEliminarnão as canses
mas, brota para as mãos todas as palavras esquecidas
e distantes
e elas soltar-se-ão como asas na inspiração...
muito belo, com fotos de suporte igualmente belas e originais.
bom domingo
beijo
:)
Olá, estimada Cristina!
ResponderEliminarO título do seu poema é agradável e faz-me lembrar algo, mas... eu ando tão esquecida e cansada, que provavelmente, é "mero" acaso.
Sabe que sou uma leiga em poesia, e muito mais na erudita, que é aquela que a Cristina escreve, assim a classifico, mas a "gente" há de se entender, sem pedirmos ao "sindicato" das palavras (ora, nunca fui, nem sou agregada a...) nada, nadinha. Era o que mais faltava! Claro de falaremos de amores, de alguns prantos, da vida, dos desassossegos do mundo, enfim, nada de profundo, porque a Primavera virá, finalmente, para clarear os nossos olhos, embora agora, lhe tenha dado pra andar vestida de branco. "Modas"!
Desculpe, minha amiga, pois só agora reparei que o poema é, talvez, dirigido a alguém, ou genérico, quem sabe, mas preocupo-me com os ecos de que fala nele. Parece-me que algo ou alguém partiu ou poderá partir e as palavras, as nítidas, ficarão, apenas, na memoria de outrem. Ando "às voltas" para conseguir decifrar aquilo que tem um código, que só a poetisa conhece e dele tem a chave, que é de ouro, mas, eu sou mesmo assim!
Gosto, sempre, muito das imagens, que escolhe para embelezar e "casar" os seus magníficos poemas. São todas mto invulgares, de fino trato e requintado gosto.
Beijinhos, dias felizes e que venha o sol.
OI CRISTINA!
ResponderEliminarQUANDO O SILÊNCIO SE FIZER, AINDA TERÁS TUA POESIA, ECOANDO...
QUE COISA LINDA, AMIGA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Olá, querida amiga Cristina!
ResponderEliminarNem sei por onde começar este... este, quê?
Li e passei, mesmo agora, os seus comentários, que mto agradeço, mas sabe, perfeitamente que não sou poetisa, no verdadeiro sentido da palavra, pke não entro em "transe", não "deliro", enfim, sou corpórea, enfeito, invento, visto as palavras ou dispo-as, conforme o caso, e seja o que Deus e eu quisermos.
Tenho uma imaginação mto pródiga, sempre tive, mas mto terra a terra e se começo algo, haverá meio e fim, decerto, mas aceito e compreendo quem assim não o faça, pelas mais diversas razões, entre elas o EXCECIONAL TALENTO QUE É O SEU.
Vocês, família, são todos ARTE, uns, de uma maneira, outros, de outra, e ela está presente até na forma como se vestem ou penteiam (deduzo pelas fotos que coloca no blogue, suas ou dos seus amados filhos).
Gosto muito do que escreve, Cristina, embora receba "socos", quase sempre (rs), mas disse Hilda Hilst, segundo referiu no seu comentário, que isso é bom. Então, que venham muitos!
Beijinhos e um grande abraço.
A falar é que a gente se entende.
ResponderEliminarE as tuas palavras nunca são inúteis, nomeadamente as poéticas.
Gostei muito do teu poema, é excelente.
Bom resto de semana, amiga Cristina.
Beijo.
Voltei, Cristina, para me familiarizar com a realidade que descobres, que (des)velas, liberta de regulação lógica. Gosto, portanto, deste sentido poético que conferes à "realidade" extraída do mundo do sujeito poético.
ResponderEliminarAgradeço também o teu olhar, sempre generoso.
Um abraço,
"[Se houver inutilidade nas minhas palavras,
ResponderEliminarque se calem os ventos, que se desarrumem os mastros
e eu passarei a viver alheada neste barco de emoções...]"
Não há inutilidade nas palavras. Sente-se que elas não são necessárias para tão vero sentimento.
Beijo
SOL
Trazias em ti “a palavra do poeta que se transmuta” e sentias “a Alma se elevar no silêncio da noite”. Olhavas para a lua e nelas via o desenho do teu rosto e assim crescias “na imensidão do Universo”, e quando estiveste à procura de ti, carregaste pesos que não te pertenciam, galgaste “montanhas que não existiam”, vislumbrando “estrelas que não luziram”, e assim construíste “mundos que se perderam” e sonhaste “improbabilidades que não aconteceram”...
ResponderEliminarE vieste pelo mundo, e num belo dia de Novembro deste a ti mesma os parabéns, dizendo-se grata à família que criaste “por todos os dias colorirem e perfumarem o jardim paradisíaco onde caminho, por darem sentido a este percurso, e, por serem a força que impulsiona o meu sorrir”. E foi linda esta homenagem!
E continuaste na tua caminhada, vendo muitos sonhos serem perdidos e sentindo chorarem nas tuas mãos os sonhos que perdeste distraída, enquanto dos teus dedos tu vias que os “fios de sangue escorrem para alimentar a terra”. Mas já não sabias dizer “onde se escondeu a ilusão dos dias brilhantes”. Mas supunhas que estavam no fundo dos teus olhos, lá onde tu guardas as “raras estrelas”, pois é lá “no fundo dos olhos, que as hastes despontam e cospem pássaros em busca de sol”.
Contudo, podias afirmar que ainda trazias no rosto “desenhados sorrisos, molhados de orvalho crepuscular, daquele tempo em que os dias e as noites eram uma confusa miragem”, pois sabias que havia “um mundo secreto nesta viagem”, e tu já não o podia negar...
Mas regressaste ao descobrir como são vertiginosas as asas que te amparam o voo “sempre que a alma se debruça em terra molhada...”
E foi neste “abismo temerário entre o dia e a noite” que tu sentiste “a pureza dos versos” e te apeteceu gritar: "Poema"
E quando falaste de amor, sentiste “entardeceram os sonhos” e as metáforas “esconderam-se timidamente atrás do poema como se fosse pecado serem descodificadas”.
Mas escutaste os ecos da tua alma através das palavras que deixaste sem nome, pois sabias que “as estrelas alicerçam-se às águas para nos restituírem reflexos do nosso rio...”
E como disseste à tua mãe “não ser boa ideia pedir contas ao futuro”, tu rasuraste as palavras e guardaste “vestígios de silêncios no fundo do peito”.
Mas foi lindo, terno e profundo, quando pediste perdão para a tua filha pelos dias em que emolduraste o teu sorriso, e por outros tantos em que paraste o tempo para que ela se demorasse no seu colo... Tão bela esta imagem!
E já tinhas conhecimento de que o “tempo é escasso para lançar palavras ao esquecimento de sonhos amputados”, pois sabias da existência da sombra “que desliza no reflexo da tua memória como filha ilegítima consagrada ao verbo inacabado”.
É por isto que pressentes “um tremor gigante na ponta dos dedos... e tanto rio a galgar as margens...”.
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Continua...
Cristina: demorei, mas estou aqui! Já de início tenho que te pedir desculpas pelo “passeio” que fiz nos teus escritos. Sempre uso deste recurso quando sinto que o espaço que estou visitando irá se tornar um recanto para onde estarei sempre voltando. Gostei muito do teu blog! Os grandes poetas me atraem, e tu trazes essa marca nos versos e textos que elaboras com tanta mestria, com tanto sentimento e emoção aflorada na ponta dos dedos. É como se ao chegar, tu nos pegaste pela mão e fosse conduzindo por uma galeria onde teus trabalhos estão expostos, encimados por imagens que também encantam e se associam com leveza à moldura da tua Poesia.
ResponderEliminarHavemos sim, minha querida, de “falar de amor, e de rios que correm para horizontes longínquos... havemos de falar das estações, dos ventos, das chuvas, dos poemas de despedida e das memórias sem retorno”, porque não existe inutilidade nas tuas palavras. Havemos de falar de tanta coisa...
Pois sei, de própria experiência, que quem ama verdadeiramente, nunca deixará de amar... Porque o amor “será sempre código por decifrar na espuma dos dias, em que numa roda de fogo se vão apagando os meses e os anos...”
Grata, meu anjo, por permitir que a minha alma se refrigerasse neste teu abençoado “refúgio”, nesta noite que antecede um final de semana de tantas ocupações.
Que nas horas dos teus dias te cheguem sorrisos e estrelas, como bênçãos especiais do coração do Pai, a dizer que tu e família estarão sempre sob a Sua Proteção.
Um beijo do meu para o teu coração,
Helena
Vim lá da Céu, conhecer o seu blog.
ResponderEliminarAdorei o poema.
Prazer em conhecer.
janicce.
Bom dia, que se calem os ventos, que se desarrumem os mastros para honrar o belo poema, parabéns pelo mesmo.
ResponderEliminarAG
Admirável compromisso, o teu, com as palavras que são e hão de ser vida e recheio, em espaços e tempos definidos e indefinidos, em monólogos ou diálogos, ditas em voz alto ou em silêncio... Mas sempre falas...
ResponderEliminarLinda e comovente promessa!
Bjo, Cristina