Só aos amantes
é permitido cantar o amor
com voz desafinada.
Sei-te senhor deste vórtice que me atormenta,
sei-te musgo verdejante nos campos da minha alma,
sei-te preclaro deste sentimento com que me vergo
a esse corpo rutilante que me faz pequena.
Laboriosa é esta alma farta de fadigas,
não me perguntes:
-Quem és senhora?
Que eu não sei nada.
E mesmo que soubesse , nada te diria,
do nada que sou me excluo por me sentir cansada .
A minha voz desafinada canta o amor do cimo,
nada tem de terreno, lascivo, ou de intermináveis loucuras.
Sou suor e sangue que derramo por onde sigo,
pertencente ao uivo do meu ventre a apelar ao mundo,
para que todas as vozes cantem comigo.
(eu)
Imagem-Merzbach
Simplesmente fantástico este teu poema. A tua forma de versejar é muito profunda, intensa e de uma sensibilidade envolvente.
ResponderEliminarAmei
Bjgrande do Lago
Se é pelo amor, canto contigo, Cristina...
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Para espanto dos pássaros
ResponderEliminarPara espanto dos pássaros
ResponderEliminarO amor pode tudo mesmo.
ResponderEliminarBelo.
Boa continuação de semana.
Abçs.
Só, ou por causa deste especial sentir (incidentemente espiritual) é que a poeta é capaz de tamanha expressividade poética e emotiva.
ResponderEliminarBelo, intenso e apaixonante poema!
Bj, Cristina
Acompanho com o som da viola com a voz de baixo, lá encima está a lua a iluminar.
ResponderEliminarBjs
não sei se "voz desafinada", mas certamente bem timbrada!
ResponderEliminargostei da "voz harmoniosa" do poema
muito belo
beijo
Recordo tão bem este poema, querida Cristina, que me surpreendo não ver o meu comentário.
ResponderEliminarÉ uma voz poética de rara beleza e profundidade.
Desafinada, canto contigo.
Beijinho.