quinta-feira, 30 de abril de 2015

Assim Soprou o Vento



Esperem....
Não açoitem o vento!
Ele traz-me novas desse lugar de espanto,
branco....tão branco,
como a nuvem que trago entre mãos
e que se esvai perdendo o encanto.

Ouvem-se melodias urdindo dos corpos, 
vêem-se estrelas a cegarem os olhos,
do campanário saem sons
dos tempos em que a Ilharga esquerda do corpo
gemia e eu repetia:

Já nem sei por quantos sóis me apaixonei
nem sequer quantas luas visitei...

A alma estava inteira e não me doía.

Antes de se ferir nos rochedos cálidos da vida,
nunca se calava,
como se quisesse dizer a verdade...


(eu)

Imagem- Lauri Blank

23 comentários:

  1. Infelizmente a verdade anda pelas ruas da amargura. Tal como os ventos libertadores. E o obscuro parece teimar em ofuscar a luz. Mas a alma, mesmo dorida, teima em permanecer na claridade.
    Gostei imenso, amiga Cristina.
    Bjo :)

    ResponderEliminar
  2. Oi Cristina!
    Linda inspiração de ventos que sopram poesia!
    Feliz fim de semana!
    Beijo carinhoso!

    ResponderEliminar
  3. Eu é que agradeço o sussurro do vento que me trouxe até si.

    As feridas da vida força-nos tantas vezes ao silêncio.

    Um beijinho e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  4. "Já nem sei por quantos sóis me apaixoneinem sequer quantas luas visitei... " .... linda esta frase do seu belo Poema :)
    Um Abraço de Amizade ... gostei muito desta sua Casa e voltarei mais vezes :)

    ResponderEliminar
  5. "Não açoitem o vento". De mansinho ele traz-nos a voz dos poetas. Cheguei por curiosidade. Parto satisfeita. Um abraço.

    ResponderEliminar
  6. E belamente numa linda poesia este vento que não pode nem deve ser açoitado a trouxe para nós.
    Sua poesia não pode ficar ausente nesta grande família que formamos.
    Seja bem vinda Cristina em meio a Primavera que enfeitam seus caminhos de flores.
    Meu carinhoso abraço de muita paz e luz em sua vida.
    Beijo de cá no Outono.

    ResponderEliminar
  7. O que seria do veleiro sem a vinda do bom vento?
    Cadinho RoCo

    ResponderEliminar
  8. a verdade pode ter várias faces.
    o poema é muito bom como são todos os que conheço teus.
    uma imagem muito a condizer.
    obrigada pelas visitas!
    bom fim de semana.
    beijo

    ;)

    ResponderEliminar
  9. O vento com a tua alma feminina na viagem da dança da vida,

    com a melodia poética (tua) que sempre nos envolve com o

    encantamento do teu belo universo interior.

    Adoro a tua poesia, Cristina!!

    Beijinhos saudosos,querida.

    ResponderEliminar
  10. Raramente apareces, mas quando apareces arrasas!
    Deves ter chegado trazida pela inspiração do vento, a partir desse
    lugar de espanto. Um poema em turbilão, cujo sujeito, após as dores do corpo,
    consegue manter a alma sem dor, embora ela seja a conhecedora da verdade
    de todas as dores.
    Muito belo, Cristina! E a imagem também.
    xx

    ResponderEliminar
  11. Lembrei o tempo da inocência, antes da marcas da desilusões, da macula das decepções, protegidos pelo "stand by" da percepção. Amadurecer doí. Beijos, poetisa, Cristina.

    ResponderEliminar
  12. Uma imagem e palavras inspiradores.
    um beijinho e uma boa semana
    Gábi

    ResponderEliminar
  13. Ah, Cristina, essa forma de escrever é única. E eu gosto.

    Um beijinho :)

    ResponderEliminar
  14. Olá Cristina , relendo novamente o Poema e gostando ainda mais :)
    Beijinho

    ResponderEliminar
  15. Boa noite, Cristina!

    " A alma estava inteira ..." Alma onde tudo cabe e envolve desde o começo do poema até ao seu fim. A sensibilidade à flor da pele mora neste lugar de espanto!

    Lindíssimo poema.

    Beijinho amigo.

    ResponderEliminar
  16. A alma estando inteira...! Bela poesia! abraços

    ResponderEliminar
  17. Olá, Cristina.
    Tantos amores, tantas viagens, tantas vidas e sempre atenta às novidades que hão de ser trazidas pelo vento.
    E alma bem quer dizer a verdade.
    Tão bonito, Cristina ;)

    bj amg

    ResponderEliminar
  18. Olá Cristina ,
    Passando novamente , relendo , e desejar-lhe Um Bom fim de Semana com muita Paz e tudo o que mais desejar .
    Um Beijinho

    ResponderEliminar
  19. bela poesia!!! uma alma inteira não dói, o que dói é deixar que se quebrem sentimentos, há que transmutar a vida para melhor entendê-la... bjs


    http://metamorfosearsemmedo.blogspot.com.br/

    ResponderEliminar
  20. Não sei que caminhos me trouxeram aqui, mas fui ficando, ficando, porque não conseguia parar de ler.
    Grata por ter enchido a minha alma de poesia.
    Peço licença para transcrever este poema ( ou outro, ainda não decidi) num blogue que também possuo de poetas portugueses e que se denomina Poesia Portuguesa, neste endereço : http://portuguesapoesia.blogspot.pt/

    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu é que agradeço o apreço. Claro que pode divulgar.

      Abraço.

      Eliminar
  21. A dicotomia entre claridade e escuridão .... não há forma de escapar. Só há luz porque existe o seu contrário.... será sempre assim.... o universo e os seus opostos ....
    Há beleza nas sombras dos objectos que pintamos e desenhamos... Não há nenhuma beleza quando o coração escurece literalmente e não há feixe de luz que lhe dê tréguas.... " é urgente um sorriso" .... é urgente acreditar .... mas quando a escuridão não depende de nós.... que prisão!

    Beijinho e um sorriso.

    ResponderEliminar