sábado, 15 de dezembro de 2012

Versos Congelados




Os meus olhos estão cegos
e já não seguem passos

os meus pés estão dormentes
nus e descalços.

Já não ouço vozes nem dou beijos,
nem sinto abraços nem desejos,
desprezo ironias e sorrisos falsos.

Já nem tu me podes dar abrigo,
eu sou o relento, a chuva e o perigo,
sou a tempestade e a intempérie. 

Ou as lágrimas no rosto do mendigo.

Amei miragens, debrucei-me nos abismos
desnudei-me nos versos e nas palavras
depois cobri-me de silêncios invisíveis.

Para quê gritar sons inaudíveis?
Na eloquência do sangue derramado
o mesmo que ficou congelado
nestes versos crus e insensíveis.

(eu)

6 comentários:

  1. Parabéns Cristina por essa poesia linda, maravilhosa. Um bj pra ti.
    http://poesiasesonetos.blogspot.com.br

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  2. Muito obrigada Nádia! Bem-vinda ao meu canto...

    Beijinho amigo! *

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  3. versos que respiram vida.
    escreves muito bem poesia.
    beij

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  4. Verso crus, talvez, mas... insencíveis?!... A apatia não se descreve, não interessa às palavras nem pelas palavras!... Há lembranças, há saudade, há indiferença que nunca chega a ser e o desejo de desejar o que se receia não poder desejar-se!... Beijos e abraços, com todo o calor de outros tempos... mas nunca em versos crus, como se fossem a cruz pesada de um destino mais ou menos poetisado e sempre sentido!... E não esqueça, cara Cristina C., há sensibilidade sentida em quem a sente, pelo sentimento que em seus versos sentidos se... condoem serenamente!...


    Com o desejo de um Feliz ano de 2013



    Abraço

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  5. Muito grata querida Piedade!

    FELIZ ANO NOVO.

    Beijinho grande!

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  6. Grata pela visita e pelo comentário, A. Pina.

    FELIZ ANO NOVO!

    Abraço!

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