domingo, 6 de abril de 2014

Gritos de Amor



Hoje grito-te o meu amor
meu homem
meu príncipe 
meu amado
meu amante 
ladrão errante 
deste coração dilacerado

ah!,...como eu te amo!

Bebeste-me o sangue
o fel
a saliva
a linfa
tudo o que em mim havia 
contigo foi partilhado.

Caíste a meus pés e idolatraste-me
como deusa
entregaste-me o corpo
e eu beijei-te 
os olhos
os lábios
o peito
o ventre 
e em troca dei-te o meu poema.

ah!,...como eu te amo!

Desfolhaste -me 
os versos 
trocaste as letras
inverteste as sílabas
sugaste-lhes a alma 
tão ávido estavas 
das minhas rimas.

ah!,...como eu te amo!

No meu livro em branco 
deixaste sementes da tua poesia
quiseste-me nua
despojada
sensitiva
airosa 
e num acto de amor
escreveste um poema
chamado
Vida. 

ah!...como eu te amo...

(eu)

Imagem- Darren Hopes

10 comentários:

  1. Nada melhor que um coração dilacerado por príncipe ao mesmo tempo "ladrão errante" que revolve todas
    os salões secretos do nosso ser, que nos bebe e nos faz viver uma partilha que deixa de ser partilha
    para tornar-se união, numa fusão onde o poema nasce de carne e alma e desabrocha quando o corpo
    se extenua para que a Vida aconteça no verdadeiro encontro.
    Belíssimo grito intenso, pleno de corpo, alma e poesia.
    Gostei muito, Cristina.
    xx

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  2. Um belo poema que grita o amor em vida,espelhando a poesia diária:

    contemplada e amada na unidade da entrega.

    Um grito avassalador, a imagem sedimenta a desconstrução libertária...

    Sempre arte aqui!!

    Beijinhos,Cristina.

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  3. Olá, querida Cristina!

    Ah! Que poema carnal e sensitivo...

    Quando está lá tudo, como é o caso deste poema, restam poucas palavras para o comentarmos, porque penso que todos entenderam o que pretendeu transmitir, o que, nem sempre acontece, na minha opinião.

    Gosto sobremaneira da primeira estrofe. As palavras, homem, príncipe, amante e ladrão errante dão-lhe aquele toque, tão "nosso".

    COMO É BOM AMAR ALGUÉM, ASSIM!

    Beijinhos da Luz.

    PS: quanto à imagem, confesso que, quando a vi, pela primeira vez, assustei-me. Aquela mancha vermelha, que desce pelo corpo da mulher, parecia-me "sangue". Claro que, depois percebi, ou pelo menos assim o interpretei, que se tratava de um tipo de amor, que demonstrava demência com dor.

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  4. OI CRISTINA!
    BONITO!
    AMOR PLENO DE ENTREGA E GRITOS...
    A IMAGEM É BASTANTE SUGESTIVA, ADOREI.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  5. Gritar o amor como que se rasga toda...
    Beijo.

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  6. Fabuloso.
    Nem tenho mais palavras para o seu fantástico poema de amor.
    Parabéns, uma vez mais, pela excelência poética aqui apresentada.
    Um abraço.

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  7. Intenso com toda beleza de um grande amor numa linda inspiração/construção.
    Carinhoso abraço amiga.

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  8. Poema divino, belíssimo, Cristina!!! E o ser amado recebeu o maior de todos os presentes, a maior de todas as horarias que alguém pode merecer, uma joia rara, caprichosamente lapidada, um poema. Gostei, sobremaneira, desse verso: "... e num acto de amor escreveste um poema chamado Vida". Muito expressivo.

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  9. Boa tarde Cristina.. chego aqui através do blog do Fábio..
    poema muito bem escrito.. as palavras dançando melodiosamente..
    que este grito possa ser ouvido nos 4 ventos.. o amor nos permite gritar sempre.. tenha um lindo dia.. até sempre
    lapidandoversos.blogspot.com.br

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