Hoje, os dias parecem-me mais longos
sempre que estendo os braços
numa tentativa de alcançar o sol
em inexorável abraço - que a vida me permite -,
sem que necessário seja pedir-lhe licença.
Hoje talvez, até, eu possa dizer-te
que não existem medos a atormentarem-me
e que todas as palavras que escrevo
me sabem a bagas doces e maduras
colhidas numa manhã de verão.
Quem sabe,
talvez eu sinta poder habitar o inabitável
e soletrar o indizível. (Talvez.)
Sobre ti, os meus olhos caminham - paisagem minha -
onde o meu olhar se alonga.
Pele onde estendo beijos doces, quando a língua me sabe a mel
e abafo suspiros. (Sempre que suspiro.)
Digo-te ainda:
Queria contar-te mais sobre a demanda dos dias,
azuis. E as pétalas caíam-nos dos braços,
e tu sorrias, para que eu entendesse
que o infinito se alonga nos céus
e que o chão nada mais é
que o espaço onde caminhamos. (Juntos.)
Sempre (juntos).
(eu)
Foto- Alfred Cheney Johnston
que não existem medos a atormentarem-me
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O MEDO,... algo inerente a todos os seres vivos.
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Felicidades
Manuel
Olá, querida Cristina!
ResponderEliminarComo esta? Revigoradíssima, como quando vimos de férias, onde não há relógio, nem tempo. É boa, excelente, essa liberdade dos sentidos, esse desarrumar dos dias, essas cedências interiores e exteriores. Estamos e damo-nos, sem timings. Somos outros/as.
Obrigada pelas suas palavras nos meus dois blogues. Penso voltar a publicar, no início de setembro. O poema está em "construção", é muito longo, mas a história até tem um certo interesse, acho eu.
Embora o seu poema revele aquelas contradições de espírito, próprias dos poetas, ele abre-se entre o céu e a terra, mais propriamente, no chão, onde as suas ideias de deitam , proliferam, têm e dão prazer e se reproduzem.
"RENDIÇÃO" a minha, em relação àquilo que escreve. É tudo subterfúgio, metáfora, ilusionismo, sei lá! Onde vai buscar, tirar da "cartola literária" tanta pomba, tantas ideias brancas, lúcidas e cristalinas?
Não sabe responder-me, pois não? Calculei.
É UM DOM. NÃO SE COMPRA.
Resto de boa semana.
Beijinho da Luz, com apreço.
Olá,
ResponderEliminarSem medos, sem receios, significa o direito ao pensamento, o direito à liberdade.
Fique bem.
ag
O medo nos impedi de sermos felizes. Maravilhoso poema querida. Um bj
ResponderEliminarQuerida Cristina!
ResponderEliminarLindo demais! Encantadora "Rendição"!
Beijos!
Sua poesia é maravilhosa.Não me canso de ler.
ResponderEliminarBeijinho.
A tua bela e profunda poesia sempre
ResponderEliminarhabita um espaço rico de sentires...
Um caminhar nos dias azuis da poetisa,a nos encantar!
Beijinhos,querida Cristina.
Mais que juntos
ResponderEliminarunidos
Bjs
Porque a eternidade vai para além,
ResponderEliminarDeste chão, muito mais do que a palavra.
Sem dúvida, belo
Beijinho
Lindo e otimista.
ResponderEliminarUma visão que nos clareia a alma.
bjos
Que dizer?
ResponderEliminarMaravilhoso, Cristina!
Beijo :)
Muito, muito belo. Adorei.
ResponderEliminarDestaco "Sobre ti, os meus olhos caminham - paisagem minha -"
Perfeito!
Beijo agradecido :)