Hoje as palavras saem-me gélidas
e os versos surgem descompassados
e fora de tempo.
Nem mesmo assim consigo travar
este impulso que me sacode a alma.
Há uma inquietação dentro de mim
como se o poema quisesse saltar
sobre vernáculos sentires.
no dilema de um silêncio em maré de luto.
Não vislumbro um único luzeiro
nesta palinódia em que me encontro.
Pesa-me o cansaço dos silêncios
em que caminho sem ruído
para não acordar metáforas
escondidas na minha própria sombra.
As pálpebras vergam-se à luz
e as estrelas da noite envergonham-se
da inactividade do meu pensamento.
Tudo se desalinha nesta pérfida dormência
em que me petrifico.
Pouso a pena sucumbindo à dor
e o poema perde a força para sangrar.
Eu juro que tentei sorrir
mas hoje, os meus versos
pediram refugio a uma sombra nocturna.
Talvez amanhã eu fale d'Amor!
Talvez...
(eu)
Imagem-Alexander Dolgikh
Imagem-Alexander Dolgikh
Nessa inquietação que lhe é tão inerente, o Poeta, em buscas e ansiedades, quase sempre encontra as suas soluções, reencontrando-se em si próprio.
ResponderEliminarNa própria sombra, encontrará o luzeiro.
Pérfida dormência da noite...antes do acordar glorioso do dia...
Bom acordar...Poetisa!!!
Maravilhoso! Estou assim Cristina, são nossas fases. Bjus querida!
ResponderEliminar=> Gritos da alma
=> Meus contos
=> Só quadras
No caminho sem ruído seu sorriso brilhou, cativou, contagiou, assim como este lindo poema que saiu com a máxima força.
ResponderEliminarag
Boa noite, Cristina!
ResponderEliminarPoema, altamente erudito, mas muito bem pensado, equacionado e escrito.
Perante esse seu estado de espírito tão desolador e tão próprio dos poetas, não sei como consolá-la, o que lhe dizer.
Quem escreve "sofre" muito, sofre tanto, e só mesmo quem tem necessidade de o fazer, sabe do que falo.
É uma "droga dura", esta "coisa" da escrita, mas "TALVEZ" amanhã, nos aliviem, com "metadona" ou outro "fármaco" equivalente, "TALVEZ", o amor, seja a solução ideal.
Feliz semana.
Beijos da Luz.
Cristina,
ResponderEliminarEsqueci-me de referir que a imagem escolhida para enfeitar o seu poema, está perfeita e "derrotada".
Beijo.
Cristina
ResponderEliminargostei de tudo neste post, desde a imagem e ao poema, e à apresentação do mesmo.
li e reli o poema.
senti que era como se fosse eu que o estava a escrever.
diz-me muito, muito.
escreves sempre muito bem, mas, este é para mim um dos melhores.
obrigada!
um beijo
:)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarBoa tarde amiga Cristina
ResponderEliminarMas que belo poema e tão adequado ao meu estado de alma de hoje, quando o li e reli, senti..., eu hoje estou assim..
amanhã será outro dia... e a vontade de sorrir voltará.
Beijinhos amigos
Gi.
A tristeza produz grandes poemas.
ResponderEliminarMesmo sem falar de amor.
E tu conseguiste um excelente poema. Gostei tanto...
Cristina, querida amiga, tem uma boa semana.
Beijo.
De uma profunda beleza, apesar do desalento impregnado.
ResponderEliminarBeijinho
Eu juro que tentei sorrir
ResponderEliminarmas hoje, os meus versos
pediram refugio a uma sombra nocturna.
Talvez amanhã eu fale d'Amor!
Talvez...
Lindo poema minha amiga.
antas vezes não conseguimos concluir nossos pensamente
por sermos invadido por outros pensamentos.
Eu simplesmente amei começo meio e fim do seu poema.
Um carinhoso abraço,Evanir.
.
ResponderEliminarCris, me deixe esfregar
meus olhos em você, mes-
mo que eu tenha que cho-
rar, logo depois...
Por mais que eu me se-
gurasse, não resisti e
chorei...
Não permita que o mesmo
aconteça contigo.
Detalhes no meu blog.
Um beijo,
silvioafonso
Estou seguindo o
seu blog. Siga o
meu, vai.
.
a escrita, estimada Cristina, é, simultaneamente, um exercício libertador e, ao mesmo tempo, uma forma de nos fixar para sempre ao que, consciente ou inconscientemente, nos habita. a sua escrita (belíssima) apela-me sempre a várias e profundas leituras. e de todas lhe fico (sempre) grata.
ResponderEliminarum beijinho e bfs.
Mel
PS: sensibilizada e muitíssimo reconhecida pela generosidade das suas palavras no meu penúltimo poemita. bem-haja.